quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Visão estatal sobre a Ferrovia Transnordestina



A Região do Cariri é, ainda, final de linha do Ramal Ferroviário Sul da Companhia Ferroviária do Nordeste S.A. (CFN), que adentra a região vindo de Aurora e servindo às cidades de Missão Velha, Juazeiro do Norte e, finalmente, Crato. Atualmente, estão em andamento as obras da interligação deste ramal e o ramal ferroviário do Estado de Pernambuco, constituindo a Ferrovia Transnordestina.

Sem nenhuma dúvida, este é um dos projetos estruturantes mais importantes para o incremento do desenvolvimento econômico da região centro do Nordeste brasileiro. A conexão ferroviária da Região do Cariri com os portos do Pecém/CE e de Suape/PE possibilitará a abertura do mercado internacional para a exportação dos produtos caririense e irá permitir a integração contínua e acelerada da estrutura produtiva do Nordeste com as demais regiões do país.

Mais do que estímulos e incentivos fiscais para a atração de novas empresas para a região, a Transnordestina vai alavancar o desenvolvimento do Nordeste, impulsionando o setor industrial, provocando a redução de custos de transporte, que hoje é feito principalmente pelo meio rodoviário. Produtos como o gesso (Araripina, PE) e a Pedra do Cariri (Nova Olinda / Santana do Cariri, CE), dentre outros que representam a indústria mineral do Sertão do Araripe, terão seus custos barateados com a implantação da ferrovia e a consolidação de seus pólos produtivos. É do próprio Governo Federal, através do BNDES, a defesa da necessidade de maiores investimentos no modal ferroviário no
Nordeste.

Com a reativação da ferrovia irrigando grande parte do Cariri, nas proporções da Transnordestina, estará dado um passo importante e definitivo para o surgimento de novas empresas industriais e outros tipos de empresas voltadas para a produção de insumos, materiais de reposição e manutenção e equipamentos rodantes na região. Empresas pesadas também se sentirão polarizadas e deverão ser estimuladas a se instalarem nas áreas de influência da ferrovia, na região. Empresas como a Bom Sinal, em Barbalha, terão oportunidade de se desenvolverem.

Para viabilização da Ferrovia Transnordestina, e a otimização de seus terminais de exportação – os portos do Pecém e de Suape, toda a política de industrialização do Nordeste (região central) deverá passar por um processo de ajuste, com a criação de uma nova “grade de produção” adaptada e compatível com a infraestrutura de transporte de carga construída, e com o aporte dos recursos financeiros necessários para atrair novos investimentos para a região, dentre outras ações. A Região do Cariri/Araripe, certamente, será um dos mais importantes pólos industriais do Nordeste, após a conclusão dessa importante ferrovia.

Na primeira etapa da Transnordestina, uma trilha em bitola larga (1,60m) ligará Eliseu Martins (PI) aos
portos de Suape (PE) e do Pecém. Serão construídos cerca de 500km em nova linha entre o Crato, Araripina (PE) e Eliseu Martins. A readequação do trecho Crato/Pecém, com 600km em linha de bitola mista (3 trilhos), permitirá o aumento da carga transportada no trecho. O projeto também compreende a reconstrução do trecho, atualmente desativado, entre Salgueiro (PE) e Suape, com cerca de 600km em bitola larga. Com capacidade projetada para transportar até 30 milhões de toneladas de carga / ano, o último trecho da ferrovia deverá estar pronto até 2013, conforme previsão otimista do Governo Federal.

Entretanto, há a necessidade de melhor compreender uma eventual convivência do transporte de cargas pelo ramal da Transnordestina entre Missão Velha e Crato e o transporte de passageiros pelo Trem do Cariri.

Fonte: Planner Consultoria

2 comentários:

  1. ridículo o nome dessa ferrovia; na prática só beneficia 2 estados dos 9 e ainda tem coragem de se dizer "nordestina"..devia ser trans-cearanambuco; sim, por que a produção do sul do pi ao inves de ser escoada por parnaiba vai enriquecer as cidades portuarias dos estados alheios igual ao se do pará enriquece o porto de são luís; o de tubarão ao menos se pretextua por que minas não tem litoral..

    estados com portos de ótimas localizações tais como rn e pb vão ficar de fora..

    os portos abaixo só tem mais competitividade pra cargas em direção ao indico; ja em direção ao atlantico norte e pacifico pelo canal do panamá os da costa norte e leste setentrional são mesmo os mais competitivos geodesicamente falando..

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  2. Tem trazido tambem especulação imobiliária e crimes.

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