sexta-feira, 1 de abril de 2011

Novas emissoras de TV no interior do Ceará

                           
O padre Cícero Romão certamente teria montado uma emissora pública de TV em Juazeiro do Norte, se a ele fosse dada a facilidade tecnológica e institucional que se tem hoje. E arrisco afirmar também que esta televisão seria digital e interativa. Defendo a tese baseado nas poucas leituras que tenho de Della Cava (1976) a Lira Neto (2009), sobre o primeiro prefeito da cidade, um homem comprometido, ao seu modo e ao seu tempo, com o progresso de Juazeiro e com o desenvolvimento das pessoas.
O Padre Cícero que resguardava os mandamentos de uma Igreja conservadora era o mesmo que antevia o futuro, quando pedia que se explorassem os recursos naturais do verde vale, sem destruir as matas e as nascentes. Aquele proibido de celebrar os sacramentos nas igrejas e que não era ouvido pelo bispado, nas ruas professava a fé nos romeiros que acolhia e os escutava. Tinha as informações atualizadas da diversidade de devotos que o seguia e de um eleitorado plural que lhe dava rumo.

Agora, toca ao prefeito Doutor Santana (PT) a iniciativa de colocar em funcionamento uma emissora pública de TV em Juazeiro. Seria a segunda televisão do gênero a entrar no ar no Estado, nos próximos meses, ambas em administrações municipais do PT – a primeira está em projeto em Fortaleza. A ferramenta de comunicação pública pode ser uma alternativa à necessidade de dar visibilidade à gestão que, segundo reclama o prefeito Santana, não entraria de forma ampla, profunda e positiva nas TVs privadas locais.

Tudo bem. Legítimo e legal. O que esta nova emissora pública não pode é ser só instrumento de comunicação governamental, com programação “chapa branca”. As que já existem, dão péssimo exemplo: são dessintonizadas com o diálogo público e desconectadas com o interesse coletivo, são desinteressadas em relação aos verdadeiros donos e desinteressantes para o telespectador. Não obstante o avanço tecnológico, têm pouca audiência e, portanto, terão muita dificuldade em se lançar à interatividade digital.

O Município ter chamado a Universidade Federal para compartilhar o projeto é um bom sinal de que pode estar em gestação uma emissora de comunicação pública. A UFC pode ser o primeiro de vários segmentos a tomar parte nas decisões, sobre o perfil político e jurídico da nova TV, seu modelo de gestão e sua grade de conteúdos. Professores e alunos, governo e comunidade têm muito a dizer.

As vozes barradas pela TVs privadas também devem tomar assento. Devem ganhar espaço outros temas e novos debates, outros consensos e novas deliberações. Tenho fé numa TV pública que escute a cidadania muda e ponha em diálogo um Município solitário. Que a emissora seja imagem de uma bengala que equilibra o direito de informação e expressão, de um chapéu que acolhe a inovação e de uma batina que empodera toda uma cidade.

Fonte: Um norte para a TV pública de Juazeiro - Alberto Perdigão

                


Depois de uma discussão que consumiu dez meses e gerou muita polêmica, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que opera a TV Brasil e oito emissoras públicas de rádio, resolveu suspender a veiculação de seus programas religiosos, a partir de setembro. A decisão foi tomada na semana passada pelo Conselho Curador (CC) da instituição, que elabora a linha editorial dos veículos que lhe são subordinados. A ideia é substituir a atual programação, apenas católica e evangélica, por uma faixa que “respeitando o critério da pluralidade máxima das vivências religiosas”, segundo a Resolução 02/2011 do CC, inclua outras crenças. A Arquidiocese do Rio de Janeiro, responsável por parte da programação, informou não ter sido notificada e que não se pronunciaria sobre o assunto, mas afirmou que a questão ainda não está completamente decidida.

Quatro programas serão atingidos pela decisão do órgão: na TV Brasil, os católicos “A Santa Missa” e “Palavras de Vida”, exibidos aos domingos, e o evangélico “Reencontro”, aos sábados; na Rádio Nacional de Brasília, a missa católica dominical. A discussão começou em junho de 2010, a partir de reclamações de telespectadores à Ouvidoria contra o virtual monopólio da programação religiosa, por apenas duas confissões, em uma empresa pública. Foi feita uma audiência pública, uma consulta (que recebeu 141 “contribuições” de telespectadores e ouvintes), duas reuniões da Câmara de Educação, Cultura, Ciência e Meio Ambiente do Conselho Curador e quatro encontros do próprio conselho, que trataram do tema. O resultado foi a resolução aprovada.
Fonte: O estadão

                                           
Enquanto isso em Juazeiro do Norte há uma defesa para que a transmissão da missa do Padre Cícero seja paga pela municipalidade. Fato que beneficia diretamente Roberto Bulhões e família. As pessoas envolvidas na imprensa local sempre negociam vantagens pessoais para deixarem os gestores bem na fita. Não concordamos com este gasto. No entanto, respeitamos a formação católica do nosso povo sem menosprezar a inteligência dos mesmos. Nada que uma emissora religiosa local não possa fazer e divulgar em âmbito nacional com a transmissão em rede. Envolvido em todo este debate o Juanews lança a idéia para que a Terra da Fé, Cidade do Padre Cícero tenha uma emissora de televisão religiosa e ligada a igreja Católica.

Outro gasto com atividades que fogem das atribuições da municipalidade é a manutenção de repetidoras de canais de fora. No passado: Band e SBT (respectivamente antes mantidas pelo Crato e Juazeiro) seguidos pela Record, Rede Vida, etc...

                                         


O Sistema jangadeiro de comunicação inaugura ainda neste primeiro semestre, a TV Sobral. A grande dúvida é saber se esta nova emissora será afiliada do SBT ou se terá 24 horas de programação própria? A chamada Princesa do Norte também deve ganhar, ainda este ano, uma TV Educativa.

Fonte: O Povo

Sabemos da polarização do interior cearense entre Juazeiro do Norte e Sobral. Alguns segmentos podem ser perfeitamente distribuídos entre as duas cidades, no entanto, o Cariri não têm expressividade política, e isso faz com que ande sempre com um passo atrás.  Já as poucas coisas que Juazeiro consegue antes, com toda sua força a zona norte logo logo se iguala.

Podem se igualar em tudo, mas a arte de criar e lançar projetos pioneiros sempre nos dará um diferencial. 

Um comentário:

  1. Qunado será? Há mais de 25 anos esta notícia vem sendo especulada. Vale lembrar que já temos repetidoras de TV, agora quero ver quando teremos geradora de programas, pelo menos três jornais locais diariamente. Ah quem vai pagar a conta? Nós não temos comerciantes com coragem de colocarem comerciais, vindo eles direto de Fortaleza, um "operador de vídeo" em fortaleza dando "play" nas propagandas de Fortaleza e Sobral quando tem,o custo operacional é menor, e se instalarem uma emissora aqui em Sobral, terão de contratar outros repórteres, e outra pessoa para dar o "play", então as propagandas serão mais caras, pela lógica, então se os comerciantes não anunciam propaganda "baratas" imagine as que serão caras? Torço para que venha mesmo, mais enquanto os comerciantes da região encararem publicidade como despesa, acho pouco provável o "Galeguim dos Zói Azú" pagar a conta sozinho, bancar as despesas e ter prejuízos mensalmente.

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