segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Varejo investe e está satisfeito com retorno



SUPERMERCADOS E SHOPPINGS
Varejo investe e está satisfeito com retorno

Centro comercial de Juazeiro será o maior do Interior do Nordeste, com 193 lojas, após fim das obras

5/12/2010

Em uma coisa especialistas concordam: se você quer saber se uma cidade está "bem das pernas", não deixe de consultar o setor supermercadista e o de shopping centers. Considerando essa premissa, empresários de ambos os segmentos, que instalaram suas marcas no interior, não têm do que reclamar. Os investidores estão satisfeitos com a boa aceitação de seus empreendimentos, que, além de atender às demandas dos municípios e até de localidades vizinhas, também, modificam o perfil tradicional do varejo interiorano, com um modelo que, aos poucos, vai se tornando menos raro nessas cidades.

Conforme o presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Aníbal Feijó, o setor está investindo pesado em municípios de médio porte do Ceará, acreditando, dessa forma, no crescimento econômico dessas regiões. "De dois pra cá, as redes locais já estão partindo para o interior. Quixadá, Limoeiro do Norte, Iguatu e Itapipoca já receberam lojas e os resultados são excelentes. No Cariri, já estão chegando as grandes redes de fora", comenta Aníbal, referindo-se ao Atacadão, do Carrefour, que fica entre Crato e Juazeiro do Norte; e ao Hiper Bompreço, pertencente ao grupo Walmart, em Juazeiro.

Vantagens

Para Aníbal Feijó, um dos fatores que mais impulsionam a ida de supermercados grandes, que têm como característica a venda de um numeroso e variado mix de produtos e serviços, é o menor custo de instalação em relação à Capital, por exemplo. "É necessário um espaço grande para se colocar um supermercado desses. Nesse ponto, os terrenos no interior ainda têm um preço mais acessível do que os da Capital", avalia.

Na opinião do representante da Acesu, está sendo criado uma preparação nessas cidades mais distantes de Fortaleza para receber esses empreendimentos. "O interior está se estruturando para isso, com a criação de suas centrais de negócios entre outros investimentos. Isso tem despertado o interesse dos empresários. Para o ano que vem, já existem multinacionais de olho em Sobral e Quixadá", diz Aníbal, sem revelar quais as bandeiras dos supermercados interessadas em se instalar nesses municípios.

NICHO

Alto custo ainda barra a atração de investimentos

O alto custo para abrir e manter um shopping ainda é o principal motivo para barrar a ida de investimentos dessa natureza para o Interior. Em parte, essa justificativa não convence o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping no Ceará (Alshop-CE), Abílio do Carmo, que persiste em defender já ser o momento de procurar esse inexplorado nicho de mercado.

Pelo menos para alguns municípios que, notadamente, na visão dele, já demonstraram potencial para receber esse tipo de empreendimento. "Muitos empresários têm receio", diz.

Sobral e Juazeiro

"Realmente, é um alto investimento. Mas não entendo porque alguns lugares ainda não têm shopping. É o caso de Sobral, por exemplo, onde já era para ter um. Continuo insistindo que há retorno. Veja o caso de Juazeiro do Norte", argumenta Abílio, salientando as obras de expansão do Shopping Cariri, que está dobrando de tamanho até 2011, com investimentos de R$ 50 milhões.

Segundo a Tenco Realty, empresa que administra o centro comercial, após a conclusão das obras, o empreendimento vai se tornar o maior shopping do interior nordestino, passando de 74 para 193 lojas, com cinco âncoras, 11 megalojas e um hipermercado. Além de levar entretenimento e lazer com o Parque Infantil e quatro salas de cinema. De acordo com a direção do shopping, a expectativa de vendas para o Natal é de 30% ante igual período de 2009. Já a previsão de público é avançar 20%.

RMF

Para Abílio, Caucaia e Eusébio, localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza, também podem receber um shopping center de grande porte. "São dois locais que oferecem grandes oportunidades. Claro que precisa haver uma parceira com as prefeituras e o setor privado, como atrativos para implantação do empreendimento", complementa.

ILO SANTIAGO JÚNIOR
Repórter

Fonte: DN

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