5/12/2010
Onde há crescimento econômico tem gente construindo. E isto é exatamente o que se observa em vários municípios do interior Ceará. Para o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado (Sinduscon-CE), procurar o mercado das cidades de médio porte do Interior cearense pode ser até mais rentável do que insistir em obras na Capital.
Para o presidente do sindicato, Roberto Sérgio, em Fortaleza, já há muitos bairros onde construir se tornou inviável por conta da especulação que aumentou sobremaneira o valor do metro quadrado. Segundo ele, esse problema é menos usual no Interior. "Há vários projetos e financiamentos com a Caixa Econômica e outros bancos sendo tocados nos principais municípios do interior, especialmente, em Sobral e Juazeiro do Norte. São casas de condomínio, principalmente. Estimo que haja 29 mil trabalhadores atuando no setor fora da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que está ocupando 40 mil profissionais", compara.
Para o presidente do sindicato, Roberto Sérgio, em Fortaleza, já há muitos bairros onde construir se tornou inviável por conta da especulação que aumentou sobremaneira o valor do metro quadrado. Segundo ele, esse problema é menos usual no Interior. "Há vários projetos e financiamentos com a Caixa Econômica e outros bancos sendo tocados nos principais municípios do interior, especialmente, em Sobral e Juazeiro do Norte. São casas de condomínio, principalmente. Estimo que haja 29 mil trabalhadores atuando no setor fora da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que está ocupando 40 mil profissionais", compara.
Mercado aquecido
No ponto de vista do vice-presidente do Sinduscon-CE, André Montenegro, o mercado está aquecido em diversas cidades interioranas. "É impressionante como esses centros mais distantes da Capital estão prosperando. A carência é muito maior, pois existe uma demanda grande enquanto a oferta de imóveis é muito restrita", analisa.
Custo razoável
Segundo André, diferentemente de Fortaleza, ainda é possível encontrar terrenos a preços razoáveis, o que viabiliza a construção de casas e outros empreendimentos. "Minha empresa está construindo em Juazeiro do Norte. Há algum tempo estou estudando esse mercado no Interior. As grandes construtoras ainda não chegaram maciçamente por lá. Quem está indo para o interior está se dando bem", destacou o empresário, que pretende se associar a outro empreendedor para investir na construção de casas. "Estamos vendo a possibilidade de levantar 200 unidade no Cariri. A demanda é muito interessante". Ele adverte que a carência de mão-de-obra especializada não é apenas um problema da região. "Isso é generalizado. As construtoras estão capacitando seus profissionais".
Impacto
Qual o impacto que a instalação de uma universidade em cidades do interior do Estado? Quem for a Redenção, a pouco mais de 60 quilômetros de Fortaleza, vai perceber bem que a economia do município já sente os reflexos da futura instalação da Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab). Ainda nem foi construída, a Unilab já transformou a cidade em um canteiro de obras. O segmento de moradia até agora é o mais movimentado e a especulação imobiliária aumentou o valor dos aluguéis.
Alguns moradores se preparam para ganhar dinheiro tendo como exemplo o benefício trazido por instituições de ensino superior em outras cidades como Quixadá, Limoeiro do Norte e Barbalha. A previsão é de que a economia de Redenção cresça após o início das aulas na Unilab.
QUALIDADE VEM DE FORA
Chances de trabalho atraem profissionais
As boas oportunidades de trabalho geradas no Interior do Estado estão atraindo profissionais qualificados para aqueles centros. É o caso do casal de professores universitários, Clemilson Costa e Christiane de Carvalho, que vivem em Sobral, com os dois filhos. Eles são de Fortaleza e exemplificam bem a mudança recente no sentido do fluxo tradicional de migração, que, outrora, era caracterizado pela ida da população do interior para a Capital; e, agora, já mostra casos como esse, de inversão de direcionamento, que comprova que os sonhos das pessoas também podem ser realizados em outras praças, senão nas grandes metrópoles, desmistificando e quebrando um dos paradigmas mais antigos do Brasil.
Para Clemilson, até agora, a decisão de se transferir mostrou-se ser acertada. "No primeiro ano, vim sozinho para avaliar as condições. Depois que vi que a cidade era muito bem urbanizada e tinha escolas do nível da Capital, resolvi trazer minha esposa e os meus filhos", explica.
Mercado imobiliário
Ele conta que um dos reflexos do crescimento do Município de Sobral é o aquecimento do mercado imobiliário. "Há terrenos que subiram até cinco vezes o valor bem pouco tempo. Casas de R$ 120 mil que saltaram para R$ 140 mil ou R$ 160 mil sem nenhuma justificativa plausível. Há bastante especulação nessa área", comenta, destacando que ele mesmo teve de fazer um estudo de custo e benefício para ver o que era melhor: alugar ou financiar uma casa. A última opção foi a mais viável.
Custo alto
No ponto de vista do professor, muitos residentes de Sobral estão aproveitando esse fenômeno de migração para a cidade para supervalorizar alguns serviços e produtos, como tem ocorrido, na opinião dele, no caso dos imóveis e na de construção civil.
Para Clemilson, outras áreas que precisam de mais atenção no município são saúde e lazer. "Não temos uma boa estrutura de saúde pública nem privada por aqui. É um ponto a se melhorar. Além disso, faltam opções de entretimento como um shopping, por exemplo".
ILO SANTIAGO JÚNIOR
Repórter
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