segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mobilidade é uma demanda


TRANSPORTES

Mobilidade é uma demanda

5/12/2010

Embora a ampliação de portos e aeroportos e a melhoria das estradas e da comunicação seja um necessidade em todo o Estado, para suportar o crescimento da economia, a infraestrutura requerida pelos municípios do Interior deve também estar relacionada à mobilidade das pessoas, seja localmente ou entre as regiões do Ceará. Isto porque, defendem os especialistas, mais do que a produção, o aquecimento do comércio e dos serviços é o que está delineando esse novo crescimento.
"O que ocorre nas cidades médias do Ceará não está baseado prioritariamente na produção de bens, nem industriais nem agrícolas. Apesar do crescimento relativo da indústria e mesmo da produção rural para exportação, a maior parte desse novo crescimento se concentra no comércio local e nos serviços, além da construção civil, do ensino e da saúde, com os hospitais regionais. Dessa forma, a infraestrutura requerida se relaciona mais com a mobilidade das pessoas", justifica a economista Suely Chacon.

Um exemplo dessa nova realidade, confirma Geraldo Pinheiro de Lima, presidente da CDL do Crato, é a implantação do Metrô do Cariri. "O metrô está facilitando a vida das pessoas daqui. Ainda mais com a perspectiva de ampliar para Barbalha. Vai trazer muitas empresas para a região, assim como o hospital regional", avalia. "Além disso, depois que finalizarem a Transnordestina, haverá um grande chance, por conta da estrutura ferroviária, de voltar o transporte de passageiro de longo percurso, que poderá ligar Fortaleza ao Cariri", destaca o líder classista.

Para Suely Chacon, além da mobilidade populacional, com mais pessoas circulando pelo Interior, a logística de abastecimento desses mercados não deve ser esquecida. "E nesse quesito, a Transnordestina será de grande ajuda para o melhor planejamento da distribuição da produção do Nordeste e do Ceará. Beneficiando, é claro, o Interior do Estado, barateando, assim, os custos da produção", fala a economista.
Deficiências

"A infraestrutura de transportes deve ser tratada em todos os níveis, pois o Ceará ainda apresenta certa deficiência nessa área. Ainda é preciso ampliar seus portos, os aeroportos e a construção de novos, melhorar estradas e a comunicação, entre outras necessidades", lembra Eloísa Bezerra, economista do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). De fato, dados da Confederação Nacional de Transportes (CNT) corroboram essas deficiências, por exemplo, no que se refere ao transporte rodoviário.
De acordo com a Pesquisa CNT de Rodovias 2010, do total de estradas pesquisadas no Estado do Ceará, apenas 1% está em ótimas condições e 13,7%, em bom estado. Na verdade, a maisoria, cerca de 49% apresentam situação regular e 36% estão entre ruim e péssimas condições.

ANCHIETA DANTAS JÚNIOR
Repórter

Fonte: DN

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