Os reclamos incessantes da população do Sul do Ceará referentes ao desenvolvimento socioeconômico e atenção política devem ser materializados na luta em prol da criação do Estado do Cariri.
Na Assembléia Nacional Constituinte de 1987, o Deputado Federal cearense Furtado Leite apresentou emenda à Comissão de Organização do Estado propondo a criação do Estado do Cariri, "com desmembramento da área do Estado do Ceará abrangida pelos Municípios de Iguatu, Solonópole, Carius, Jucás, Saboeiro, Aiuaba, Antonina do Norte, Campos Sales, Assaré, Altaneira, Potengi, Araripe, Nova Olinda, Farias Brito, Crato, Juazeiro do Norte, Caririaçu, Grangeiro, Várzea Alegre, Lavras da Mangabeira, Cedro, Icó, Umari, Baixio, Ipaumirim, Aurora, Barro, Missão Velha, Milagres, Abaiara, Mauriti, Brejo Santo, Jati, Porteiras, Penaforte, Jardim, Barbalha, Santana do Cariri, Parambu, Catarina, Acopiara, Orós e Tauá (...)"¹.
Em verdade, podemos afirmar que tal propositura tem sólido amparo no potencial histórico, cultural e econômico da região. "Já em 16 de agosto de 1839 o Senador José Martiniano de Alencar entrou com pedido de criação do Estado do Cariri, no Senado do Império (...). Depois, o Deputado Estadual Wilson Roriz, em 1957, entrou na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará com um projeto pedindo a autorização de um plebiscito sobre a criação do Estado do Cariri, tendo sido rejeitado."²
O Ceará é um estado que, na prática do poder central, caracteriza-se pela apartação que vitima o Cariri na desatenção a suas crescentes demandas culturais, econômicas e sociais, além de vergonhoso desprestígio e ou cooptação política de suas lideranças.
Começamos, então, ou melhor dizendo, recomeçamos a gloriosa luta em defesa da criação do Estado do Cariri. Pretendemos congregar o povo, seus historiadores, estudiosos da geopolítca e antropologia, sociólogos, artistas de todas as linguagens, intelectuais, mestres da tradição popular, repórteres, radialistas, jornalistas, religiosos de todas as crenças, políticos das diversas correntes ideológicas. Necessitamos conquistar a independência, no sentido de libertar o Sul do Estado "da escravidão tributária"³ e promover o bem-estar da população e o desenvolvimento socioeconômico.
Este "blogue" terá a missão de articular e documentar opiniões e ações que convirjam e contribuam com o glorioso ideal separatista. Não se trata de uma luta do sertão contra o mar, mas do desejo de ver distribuídas e respeitadas as condições de existência digna, liberdade e justiça social. A separação é a única alternativa restante à salvação do Cariri! Por isso, desde agora alertamos a população caririesne para priorizar a eleição de representantes comunitários e sindicais, líderes de clubes de serviço, vereadores, prefeitos, deputados, senadores... que tenham compromisso em atuar nas fileiras que defendem a urgente criação do ESTADO DO CARIRI.
Estamos articulando o ATO EM DEFESA DO ESTADO DO CARIRI, a ser realizado no dia 3 de maio, aniversário da Proclamação da República no Cariri (ocorrida no Crato em 1817), que terá a participação de todas as cidades envolvidas na luta dos dias de hoje. O local, horário e modo de operação serão previamente divulgados. Os interessados em contribuir positivamente na discussão podem inicialmente enviar mensagem para o endereço eletrônico do professor e dramaturgo cratense Cacá Araújo (cacaraujo66@yahoo.com.br), e, posteriormente, integrar grupo de discussão virtual e de autores do nosso "blogue".
Atenciosamente,
Prof. Cacá Araújo
Fonte: Blog do Crato
Não acredito que exista força política muito menos apelo popular. Em relação ao presumivel quadro "dirigente" do possivel estado, acho que dos males o menor: continuar nas mãos do Cambeba é um remédio muitissimo menos amargo
ResponderExcluirAdmiral
Crato
Me parece mais coisa de quem não tem nada importante com o que se preocupar, pensar ou fazer - o famoso ócio criativo que gera esse tipo de "idéia fabulosa". O que mais me chamou a atenção foi a maneira dissimulada que definiram esse absurdo: "a idéia não é dividir o Ceará, apenas reorganizar federativamente" , como se na prática fosse diferente, neste caso específico, "dividir" de "reorganizar federativamente", usando de eufemismo e linguagem rebuscada para ludibriar a população. A idéia é dividir o Estado sim. Ao menos tenha hombridade de admití-la. Com certeza as oligarquias de coronéis que sempre dominaram a região estão babando de ansiedade pra que isso se concretize. Finalmente vão legitimar a influência nefasta que exercem na região. Digo mais: pra mim esse embuste não passa de um modo de conseguir recursos extras da União e do Estado através de chantagem, ou como o autor da idéia certamente definiria, "mais recursos mediante uma argumentação dramaticamente convincente e apelativa".
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