quarta-feira, 2 de março de 2011

POLO CALÇADISTA: Cariri sofre para exportar


Por conta das deficiências apontadas, atender as encomendas feitas por clientes de outros estados e países não está sendo fácil para os fabricantes de calçados da Região Metropolitana do Cariri (RMC), no Sul do Estado. As cerca de 250 micros e pequenas indústrias que integram o polo produtor local, respondendo por mais de 50% da produção estadual, esbarram no problema da falta de estrutura das estradas para enviar a produção aos mercados consumidores.

"A estrutura de transportes no País ainda é muito carente. O meio que mais usamos é o rodoviário, apesar de ser um dos mais caros, onerando ainda mais nossa planilha de custos, principalmente por conta das estradas problemáticas", explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro e Região (Sindindústria), Antônio Barbosa Mendonça.

BR-116 na berlinda

Como o principal comprador dos calçados cearense é o Sudeste, em especial os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, a principal queixa dos fabricantes locais diz respeito às condições precárias da rodovia BR-116, principal ramal de saída do Nordeste para essas outras regiões.

"A BR-116 que é a principal saída de cargas da Região possui muitas dificuldades, com a pouca infraestrutura e a má conservação do pavimento, ficando ainda pior com as chuvas que a deterioram. E se demora muito tempo para recuperar essas estradas", queixa-se. A rodovia também é empecilho para o transporte a outros países da América do Sul, como Chile e Argentina.

O Porto do Pecém também, mais uma vez, não apresenta obstáculos para o setor produtivo. Os calçados que seguem para os Estados Unidos e Reino Unido escoam facilmente quando chegam ao local, amparados pela boa estrutura. Entretanto, mais uma vez as rodovias são um entrave aos fabricantes. O caminho de cerca de 600 quilômetros dificulta o envio dos produtos e traz prejuízos.

Por avião é inviável

Devido ao alto custo, mandar os calçados produzidos no Cariri em aviões quase não acontece. Além disso, a precária estrutura do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, em Juazeiro, também atrapalha.

"Precisam melhorar a pista para otimizar o voo de cargas; também é necessário aumentar a capacidade do próprio terminal, e uma maior estrutura pra abrir mais transportadoras", sugere o empresário Antônio Barbosa Mendonça. (DB)

Fonte: DN

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